Oriundo da chamada Sackett Board, uma chapa composta por três camadas finas de gesso intercaladas com folhas de feltro, apenas mais tarde ganhou a configuração atual com um miolo único. Ao incluir o cartão às placas uma nova característica fora incorporada junto resistência à compressão do gesso, a resistência à tração proporcionada pelo cartão. Assim, o Drywall tornou-se uma solução na substituição ideal para o sistema de madeira, totalmente inflamável, utilizado até então amplamente na construção norte-americana. Evitando que tragédias como o incêndio ocorrido em Chicago, em 1871, cuja área central da cidade fora reduzida a cinzas, deixando pelo menos 300 mortas e mais de 100 mil pessoas desabrigadas.
No Brasil
Em 1970 o sistema Drywall enfim chega ao Brasil, trazida pelo médico Roberto de Campos Guimarães, fundador da Gypsum do Nordeste em Petrolina (PE), tornando-a primeira fábrica das chapas de gesso em território nacional. E assim, deu-se origem ao uso do sistema na construção civil brasileira. Inicialmente empregada apenas em paredes internas, o Drywall passou a ser utilizado em várias edificações, como o conjunto habitacional Zezinho Magalhães Prado, construído em Guarulhos, projetado por três expoentes da arquitetura de São Paulo: João Batista Vilanova Artigas, Fábio Penteado e Paulo Mendes da Rocha.
No entanto, os resultados obtidos quantativamente não foram como o esperado, levando a fábrica a enfrentar dificuldades financeiras. Em 1995, os problemas financeiros foram sanados quando o grupo francês Lafarge adquiriu a Gypsum do Nordeste. Em seguida chegaram a BPB Placo (joint-venture anglo-chilena) e a Knauf do Brasil (do grupo alemão Knauf), fechando os anos 2000 com 3 fábricas de chapas e outros componentes para a tecnologia drywall em solo nacional. Diversas mudanças ocorreram no seguimento no início do século 21, a BPB Placo passa a pertencer ao grupo francês Saint-Gobain e a Lafarge Gypsum foi adquirida pelo grupo belga Etex. Mas, foi apenas em 2010 que se inaugurou a primeira fábrica do segmento com capital nacional, a Trevo do Nordeste.
Com a difusão deste novo sistema construtivo, as 3 empresas pioneiras no segmento – Gypsum Drywall (antiga Lafarge Gypsum), a Placo do Brasil (antiga BPB Placo) e a Knauf – sentiram na necessidade de fazer com que o sistema drywall fosse aplicado de acordo com os mesmos rigorosos adotados no exterior, para assegurar a obtenção dos melhores resultados principalmente em termos de desempenho. Assim, surge a Associação Brasileira do Drywall, responsável pela difusão de conhecimento sobre o drywall, atingindo todos os públicos envolvidos no seu uso, como incorporadores, construtores, engenheiros, arquitetos, designers de interiores, montadores do sistema, técnicos em edificações e profissionais de assistência técnica. Hoje, esta associação que reúne não só fabricantes de chapas, mas também dos demais componentes do sistema, passa ser a principal fonte de referência do país quanto aos padrões de qualidade de projeto e de execução dos sistemas drywall utilizados em paredes, revestimentos, forros e mobiliário fixo.
O Drywall ganhou tanta força no país que hoje é única tecnologia construtiva em uso no país coberta por um conjunto tão abrangente de normas, suprindo todas as necessidades básicas do mercado.